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quarta-feira, 29 de junho de 2016

DO CORTIÇO À FAVELA: A CONSTUÇÃO ESPACIAL DA POBREZA NO RIO DE JANEIRO

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo revistar a história do Rio de Janeiro, para compreender como ocorreu a divisão espacial da pobreza, primeiramente com a figura dos cortiços e, depois, com os morros. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, de modo a resgatar os principais documentos e fontes da história da cidade em pauta. A pesquisa é importante, tendo em vista que as comunidades cariocas, atualmente, constituem um importante cenário de conflitos bem como inspiração de músicas, filmes e demais expressões artísticas.

Palavras-chave: Rio de Janeiro. Cortiço. Favela. Morro.

INTRODUÇÃO

            Não são poucos os noticiários, novelas, músicas, videoclipes e filmes do século XXI, que reporta a realidade dos morros e favelas cariocas. Este espaço de conflito e tensão, ao mesmo tempo que constitui uma mácula da sociedade brasileira, denuncia a imensa desigualdade social que está longe de ser superada. Mais do que isso, invoca esforços do Poder Público para solucionar questões urgentes.
            Questiona-se, porém, a origem desse espaço. O assunto já foi pauta de importantes investigações de historiadores, cientistas sociais e pesquisadores de outras áreas. Em que pese tal fato, sabe-se, todavia, que o resgate histórico da origem das favelas cariocas é uma tarefa não isenta de problemas, dado que o Poder Público acreditava ser aquele espaço inexistente, dado a ilegalidade das construções.
            A origem dessas questões perpassa importantes acontecimentos do século XIX, entre eles a Proclamação da República e a abolição da escravatura. Referidos eventos acarretaram transformações importantes na política, na economia e na sociedade brasileira. Este período é decisivo, à medida que há um rompimento com estruturas antigas, de modo a viabilizar a entrada do Brasil em nova ordem internacional, para ficar em sintonia com o modelo europeu iniciado com a Revolução Industrial (ABREU, 1994, p. 35).
            Referente, ainda, a este momento, importante lembrar que o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Portanto, segundo as lições de Abreu (1994, p. 35), consiste no “[...] palco privilegiado onde se materializarão as pressões que envolviam a República nascente”. Além do mais, todas as contradições que se apresentam hoje na sociedade carioca, já eram verificáveis naquele momento, o que contribuía para se tornar um cenário bastante explosivo.
            Consoante às lições de Abreu (1994, p. 35), alguns fatores eram decisivos para a configuração aludida acima. Dentre elas pode-se citar: a) ausência de um porto moderno, necessário à agilização de todo o processo de importação/exportação de mercadorias; b) prosseguimento de um contexto urbano semelhante ao verificado no período colonial, de modo a dificultar a circulação internar e de caracterizar a cidade com ares pouco modernos. Além desses fatores, em que pese a cidade possuir um índice populacional significante para a nação, havia baixas demográficas em virtude de epidemias, sobretudo em habitações coletivas.
            Dado ao caráter de capital do país, a imagem do Rio de Janeiro influenciava de maneira decisiva no fluxo de capitais vindos para a nação (ABREU, 1994, p. 36). Existiam diversas soluções e propostas, mas todas se esbarram na ausência de políticas efetivas por parte do Poder Público. Em que pese tal omissão, a frente higienista ganhou destaque, sobretudo no combate aos cortiços. Assim, as favelas tem a sua gênese no cenário urbano carioca.
  É a partir deste ponto que serão tecidas as análises deste trabalho. Pretende-se, assim, discorrer como se desenhou o final dos cortiços e a origem das favelas no cenário carioca.
Apresenta-se, deste modo, a importância de resgatar a história das favelas – atualmente designadas como comunidades – a fim de compreender como o passado se reaviva no presente. Tal resgate deve ser motivado não apenas pelos pesquisadores, mas por todos aqueles que anseiam conhecer um pouco mais sobre o país, o estado ou cidade que habitam.
            Para realizar esse percurso, opta-se por realizar um trabalho bibliográfico, de modo a sistematizar estudos de importantes historiadores. Conforme a necessidade, serão realizados aportes com outras áreas do conhecimento, adotando um enfoque interdisciplinar.

sábado, 9 de janeiro de 2016



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