Como seria uma proposta pedagógica do
século XXI que contemple uma formação integral e inclusiva e o potencial
educativo das TIC?
O
ato de educar é um ato ético de abrir caminhos. No entanto, para que haja
formação, tem-se que pensar o mundo, ou seja, formar ideias concebidas a partir
das vivências. A escola é um espaço fértil, de afeto, de competências, de
ideologias, de conhecer e de aprofundar, cada um com suas identidades e
saberes. Isso requer capacitar o educando a resolver problemas e a participar
da vida pública e política, ponderando e participando ativamente na busca por
condições que garantam uma vida digna. Caracteriza-se, nesse olhar, a
relevância da educação e da releitura das propostas didático pedagógicas no
desenvolvimento do indivíduo. Apoiada nestes avanços, a escola tende a mudar o
seu perfil e criar, deste modo, novas formas de conduzir o conhecimento.
A
estratégia necessária para a formação do sujeito faz-se com a reflexão e o
pensar. Considera-se a dinâmica de ampliar as condições físicas, psíquicas,
cognitivas e culturais pautadas na participação ativa por parte dos envolvidos
com a qualidade da educação. Vê-se a possibilidade de criar, através do
processo de ensino aprendizagem, uma sociedade mais humana e sensível. Isso
requer mudança na concepção de educar, cujo objetivo passa a refletir o
pensamento coletivo. O saber, inerente ao ser humano, interage e relaciona-se
com diversas realidades. A cultura interfere, soma-se e agrega-se ao sujeito,
estimulando-o a produzir “novas/outras” formas de perceber o mundo. O sujeito
produz e contextualiza manifestações corporais e intelectuais ao interagir com
o meio. A percepção de mundo que se fazia distante aproxima-se, e os jovens
adquirem, nas TIC, conhecimentos e ao, mesmo tempo, interagem e encontram
diversão. Nessa ótica, a escola, hoje, tende a ser mais criativa, a não
valorizar apenas a produção do diálogo, mas a conviver com as diversas leituras
que se apresentam no contemporâneo, vistas nas tecnologias emergentes.
Criatividade, imaginação e autonomia são fatores significativos na recolocação
do indivíduo num tempo de mudanças velozes. Da interação entre os sujeitos e o
pensar sobre o mundo, o homem observa e descreve caminhos ao encontro do
sujeito social, e a escola se resume em um ambiente de ensino aprendizagem e de
relações sociais. Considera-se relevante acompanhar a complexidade da
atualidade e somá-la às Tecnologias de Comunicação e Informação que estão cada
vez mais contidas no cotidiano. Trata-se de um desafio para o educador saber
utilizar tais mecanismos, cujo papel é de extrema importância para o
desenvolvimento das habilidades cognitivas, capacitando o indivíduo a interagir
no mundo globalizado. Visualiza-se um educador que busca reaprender e pensar a
prática educativa, reagindo às dificuldades que lhe são apresentadas no
cotidiano, contribuindo, desse modo, para a reflexão sobre a formação de uma
sociedade que acolha a diversidade do mundo e que seja participativa, dentro de
um espaço em que o indivíduo possa conviver com o outro de forma coerente.
Portanto, a tendência está em reaprender a pensar e criar uma nova forma de ler
o mundo e suas especificidades, em um saber que organiza e propõe um encontro
entre o teórico e o prático, o filosófico e o científico. Portanto, requer-se
formar procedimentos que unam homem e ciência na educação contemporânea,
através de uma proposta atual que faça vivenciar a produção do conhecimento.
Concomitantemente, as tecnologias de informação e comunicação, a
trans/interdisciplinaridade e a complexidade tomam o espaço ocupado pela
fragmentação disciplinar, pois se entende que no presente o sujeito tende a
preparar-se para o mundo globalizado, para subsistir/sobreviver. Isso é,
conserva-se com energia para enfrentar as demandas do futuro incerto e
fragmentado.
Agradeço o premio recebido à Fundação Telefônica, ao Instituto Paramitas, às instituições envolvidas no evento e a todos os organizadores do Encontro
Internacional de Educação 2012 - 2013. Estiveram no encontro de encerramento do tema 9 "Visão e tendências educativas do futuro", David Albury da Fundação Telefônica, Maria Elena Malachias (USP) , Eduardo Chaves, consultor na área de educação e coordenador da cátedra da UNESCO em Educação e Desenvolvimento no Instituto Ayrton Senna e André Gravatá, jornalista e integrante do grupo Educ-ação.
http://institutoparamitas.org.br/evento-presencial-em-sao-paulo-encerra-o-tema-9-do-eie/