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domingo, 15 de maio de 2011

UM OLHAR, UMA JANELA PARA O MUNDO - CIBERCULTURA

Por Joana Montes


Como no espelho, aquele que assiste ao “espetáculo” lê o reverso a que se destinava a comunicação. Neste momento, o espectador pode perceber os movimentos em um invólucro imagético projetado no espelho. Ao vê-lo, tem-se a neutralidade da oscilação. O meio termo, o certo e o errado, a paz e a guerra, o desespero e o equilíbrio, entre o que se vê e o que se esconde no entrecruzar das imagens. As cenas do mundo submergem em suas mentes e, em um momento oportuno, emergem nos olhares. As marcas acham-se no imaginário e se tornarão visíveis, sem sombras e sem resistências.
Na era da cibercultura as representações invisíveis precisam ser representadas no mundo, ao dar nome, enfim, a suas identidades. Pressupõe-se que o sujeito seja integrado a uma nova forma de ver as cenas contemporâneas, de maneira a organizar novas combinações de tempo e espaço.


Antevê-se a invisibilidade na configuração do real, a qual é representada, imageticamente, sobre a forma de espetáculo digital. Alcança-se, à frente das imagens, a posição ideal e, deste modo, lê-se as mentes que o observam e reflete-se nas representações neuronais, as conexões invisíveis das tecnologias de informação e comunicação. Os olhares são compostos de reciprocidade entre os que se surpreendem ao verem cruzar suas ideias em uma teia complexa de incertezas e trocas e os que vivem a ficção/realidade.
 À medida que o olhar encontra receptividade, torna-se mais acentuada sua visão por aquele público, o qual só é escolhido diante do interesse. Caso contrário, seriam substituídos por outros olhares mais atentos à sua mensagem. Nesse pressuposto, capta-se o olhar do espectador, de forma a constrangê-lo e designar-lhe um lugar privilegiado e obrigatório, apropriando-se da sua identidade refletida no espelho.
O espectador vê-se visível ao olhar do outro, que transporta para si uma imagem invisível dele próprio. No discurso do mercado, da mídia e, consequentemente, das novas tecnologias, há as promessas de realização pessoal. Homens, mulheres e crianças caminham na estrada, ao som das pulsões cardíacas, a procura de um futuro de (não)verdades, porque não se têm certeza do que os espera. São retirantes de um passado. Não conseguem perceber o incerto, o globalizado, o comercializado. São robôs futuristas? Não, são pessoas simples em seu cotidiano. 

Segundo Stuart Hall (2006), a fragmentação acelerada, o imprevisto e a progressiva desintegração social levam a uma multiplicidade de confrontos numa proliferação de campos de batalhas. Portanto, não mais se procura identificar o sentido para depois resgatá-lo. A experiência determina a condição de verdade em que ocorre o conhecimento e a troca de informação. Para experimentar o mundo, torna-se necessário vivê-lo. Pensar soluções dentre as possibilidades contribui para favorecer uma educação de qualidade, a qual possa abrir espaços para fundamentar e dialogar sobre as diversidades culturais, étnicas e sociais presentes no contemporâneo. 

http://issuu.com/caluh/docs/caderno_de_resumos?e=3474244/3000829


Observção: As imagens vistas neste texto foram retiradas do google.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

Inúmeros alunos frequentam o nível regular de ensino e, dentro deste universo maravilhoso do desenvolvimento humano, percebemos que alguns possuem dificuldades para se relacionar  e responder de forma adequada às exigências do contemporâneo. Dentro deste universo de diversidades humanas, sentimo-nos, por vezes, despreparados diante dos problemas que são apresentados cotidianamente no espaço educacional, cujo atendimento aos educandos requer mais atenção. Surge o questionamento de como intervir de forma adequada para que os alunos com dificuldades da aprendizagem se apropriem  do conhecimento oferecido nas escolas.  
As dificuldades de aprendizagem, no âmbito escolar, são causadas por um conjunto de fatores.  As cobranças, a linguagem e o modo de explicar o conteúdo pode ser uma das causas responsáveis pelas dificuldades. A origem pode estar na má condução do processo de ensino aprendizagem.  WEISS (2004) considera que o fracasso escolar é uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Tal afirmativa pode ser analisada e estudada por diferentes perspectivas, ou seja, na visão da sociedade, da escola e do aluno.
O problema que o aluno encontra para aprender pode ter  como causas: a má condução do ensino, a dosagem da quantidade de informações transmitidas, a cobrança, por vezes, excessiva por parte dos pais e educadores, ou as avaliações da aprendizagem, que mal conduzidas são geradoras de ansiedade insuportável para o aprendiz, chegando à desorganização de sua conduta. O fator social, também, influi no desenvolvimento da aprendizagem, assim como: os aspectos culturais, econômicos, o histórico familiar e as condições internas do indivíduo que são significantes nos índices de fracasso escolar.
Quando detectado o problema, ao observar que o aluno não está respondendo de forma adequada à aprendizagem, a escola procura encaminhá-lo para uma avaliação psicopedagógica. O psicopedagogo, inicialmente, terá que entender o que o professor está ensinando para poder compreender o que está dificultando a aprendizagem. Verificar a estrutura social do indivíduo e o histórico familiar, pois,  são fatores que impedem o bom desempenho  e numa abordagem psicopedagógica os dados históricos do sujeito a ser trabalhado é de suma importância.  Interessante, abordar os aspectos orgânicos, cognitivos, emocionais, sociais e pedagógicos e junto com todo o material propor soluções, ou seja, diagnosticar e propor intervenções.
O psicopedagogo tem que saber ouvir, a escuta é um dos fatores mais relevantes, pois se trabalha com emoções. Ter em mente que a  função do psicopedagogo é trabalhar as dificuldades de aprendizagem. Portanto, ao diagnosticar e levantar hipóteses de todos os aspectos do sujeito, o terapeuta tem por finalidade  achar caminhos para que, o educando, tenha acesso ao conhecimento e adquira o gosto pela  aprendizagem.
Ensinar a leitura, a escrita e outros mecanismos de aprendizagem, é um complexo dinâmico de atividades integradas que exigem sistematização. Envolve uma discussão quantitativa e qualitativa de determinados desempenhos, que associados conduzem a uma conclusão. Geralmente, avalia-se o que está exteriorizado, isto é, o que se vê, porém, o terapeuta tem que olhar de forma ampla, sempre questionando os resultados das análises. Nesta perspectiva, o diagnóstico deve ser um processo aberto, disposto a mudanças. Não se pode vê-lo como um processo fechado, pois o objetivo básico é identificar os desvios e  os obstáculos no modelo de aprendizagem que impedem, o sujeito, de aprender.
O terapeuta terá que caracterizar desempenhos, centrar áreas de desenvolvimento, levantar hipóteses, observar evoluções, as áreas em que  possuem dificuldades e as áreas em que se destacam.  A avaliação psicoeducacional vê o sujeito como um todo, nas suas competências e dificuldades.
O diagnóstico psicopedagógico, dará um espelho de como o sujeito é e como aproveitar o seu potencial, indicando caminhos a seguir sempre com o objetivo de dar ao educando oportunidade de pleno desenvolvimento dentro do contexto educacional. Trata-se de um processo contínuo e sistemático que utiliza métodos e técnicas objetivando investigar, interpretar, orientar e prever situações, distúrbios e dificuldades, determinando suas causas para que possam ser devidamente corrigidas ou controladas suas dificuldades. 
A avaliação psicopedagógica, pode ser formal ou informal. A formal é quando se usa testes estandardizados, adequados a um padrão, ou seja, já produzidos. Indica-se, neste caso, que a instrumentação estandardizada (testes prontos) não tenha um caráter rígido. Deve-se, sempre, buscar um instrumental aplicável a todos, mais dinâmico e adaptável a pessoa e situações. 
Já a avaliação informal é feita através da observação com auxílio do lúdico. WEISS, no livro Psicopedagogia Clínica, coloca que no brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transposição entre o mundo interno e o externo. Percebe-se que o lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico.  
Portanto, conclui-se que o diagnóstico é um levantamento das observações que levam a uma hipótese científica. Na prática, une-se o teórico e a percepção holística, ao conhecimento técnico para saber sobre o desenvolvimento normal do sujeito. Para avaliar o terapeuta tem que ter um conhecimento teórico/científico e acima de tudo bom senso nas respostas e nas observações. 

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