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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PROJETO - DESCRIÇÃO POÉTICA


Tema “Ambiente Marinho e suas riquezas naturais - Sustentabilidade”
INTRODUÇÃO
O descrever neste projeto tem por objetivo detalhar a sequência do discurso, ou seja, das imagens marítimas tiradas da internet.
O percurso metodológico, do descrever, demonstra diferentes possibilidades de observar, refletir e (re)considerar o objeto em questão. Descrever, aqui, implica potencializar a mensagem estratificada entre o verbal e o não verbal. Mais que isso, descrever requer, estrategicamente, propor a flexibilidade de olhares (instância-intelectual de percepção / cognitivo), em que é possível ponderar uma leitura crítica conceitual acerca do que se vê.
Descrever é anterior a interpretar, portanto não interessa ficar atento ao sentido do objeto. Pelo contrário, interessa destacar os efeitos expostos pela descrição. Segundo Humberto Maturana (1997, p. 157), “[...] a descrição sempre implica uma interação do sistema que ela descreve”. Assim, descrever é um modo de leitura para pensar a representação, ou seja, fazer um relato circunstanciado de algo ou alguém, por escrito ou oralmente, com detalhes.
Em outra perspectiva, os sentidos são representados através da arte que expressa, comunica e atribui sentido às sensações, aos sentimentos e à realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, volume, espaço, cor e luz na pintura e no desenho. A arte está presente no cotidiano das pessoas. Vemos arte no por do sol, na areia da praia, na natureza, no mar, no mundo. A arte é uma forma de expressão e comunicação humana. Sendo uma forma de linguagem, possui estruturas e características próprias no âmbito prático e reflexivo, no que diz respeito ao fazer artístico, à apreciação e à reflexão.
Portanto, a idéia principal deste projeto é despertar no aluno da Sala de Recursos (Multifuncional) o interesse por diversos tipos de leituras, verbal e não verbal, ampliando seu conhecimento e a partir daí criar seu repertório, com a utilização dos elementos da linguagem das artes visuais e escrita.
No primeiro momento, procurou-se na internet uma imagem marítima, depois foi feita a descrição desta imagem e por fim, em outro momento, fez-se uma releitura utilizando técnicas diferenciadas de textura e pintura com tinta guache. As imagens foram digitalizadas e colocadas como pano de fundo dos textos descritos. Foram atividades prazerosas e significantes. Os alunos participaram com entusiasmo, o que contribuiu para elevar a auto-estima e ampliar seus conhecimentos.
Joana Montes


Escola municipal desenvolve o empreendedorismo de inclusão

"Uma dose de tecnologia, misturada a dois tipos de leitura: a verbal e a não verbal. Por meio da arte, adiciona-se conteúdo de sustentabilidade e para finalizar, um toque de empreendedorismo. Esta foi a receita usada pela professora da Sala de Recursos da escola municipal Professora Ildete Mendonça Barbosa, Joana Montes, para estimular o respeito ao meio ambiente, fortalecer laços de amizade e desenvolver habilidades e criatividade entre os alunos.
As Salas de Recursos são espaços criados dentro das escolas, destinados ao atendimento educacional especializado dos alunos com deficiência, e que têm como objetivo complementar o ensino regular. Estes ambientes contam com recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais decorrentes de deficiência mental, física, auditiva, visual ou transtorno global de desenvolvimento.
A experiência da turminha da escola Professora Ildete começou com o auxílio da Internet. Os alunos selecionaram uma imagem relacionada ao ambiente marinho e suas riquezas naturais fizeram a descrição das imagens. Depois, partiram para releitura, utilizando técnicas de textura e pintura com guache. Assim nasceram as obras de arte e o livro “Descrição Poética” que ganhou uma exposição. Durante o evento, cada aluno recitou o seu poema baseado na descriçao do quadro pintado.
A renda obtida com a ação empreendedora será investida em uma viagem da turma ao aquário de Ubatuba. Lá, será possível admirar as riquezas marinhas representadas na arte desenvolvida pelos estudantes. " A intenção é ensinar por meio de uma abordagem prazerosa" explica a professora Joana, enfatizando a importância do trabalho realizado para a experiência de vida e crescimento intelectual dos alunos participantes da Sala de recursos."

OBJETIVOS DA INSTALAÇÃO PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO 
  • Estimular o envolvimento do grupo de forma individual e coletiva na conscientização e respeito pelo meio ambiente e fortalecer laços de amizade e companheirismo;
  • Desenvolver habilidades e a criatividade manual dos alunos; 
  • Contribuir para a elevação da auto-estima dos alunos ao vivenciar a experiência de ver sua produção sendo vista e admirada por seus pares; 
  • Fornecer aos alunos da Sala de Recursos Multifuncionais uma abordagem prazerosa do tema “Ambiente Marinho e suas riquezas naturais - Sustentabilidade” no eixo ecologia e meio ambiente, através da Arte;
  • Expor os trabalhos de pintura em telas produzidos na Sala de Recursos;
  • Lançar o livro “Descrição Poética” dos alunos de sala de recursos. Observa-se, neste pressuposto, que as descrições foram elaboradas pelos mesmos, utilizando-se de imagens marítimas.

A Sala de Recursos (Multifuncional) atende alunos com Necessidades Educacionais Especiais. E numa roda de conversa para proposta de um novo projeto, os alunos evidenciaram que possuíam um sonho em comum. O grupo quer ser valorizado por seus feitos, mostrar ao mundo o que fazem e que podem atingir o sucesso com o que estão vivenciando.
Nesta busca coletiva de reconhecimento e inclusão no âmbito social pensou-se no projeto empreendedor da sala.  Para desenvolver o projeto houve um processo, uma sequência de atividades que envolvem a leitura/escrita e conhecimentos de artes/pintura. Para tanto, utilizou-se o tema “O mar e a sustentabilidade” numa proposta interdisciplinar, iniciando pela descrição de imagens, estudo de textos informativos entre outras atividades. O foco inicial foi a descrição e a releitura das imagens em forma de pintura em tela e como consequência, resultou no livro impresso e digital.


Depois fomos ao Aquário de Ubatuba, ao Projeto Tamar e almoçamos na casa de Professora Eliana que nos recebeu com muito carinho e ganhou de nossos alunos duas telas pintadas por eles.
 Joana Montes

domingo, 15 de maio de 2011

UM OLHAR, UMA JANELA PARA O MUNDO - CIBERCULTURA

Por Joana Montes


Como no espelho, aquele que assiste ao “espetáculo” lê o reverso a que se destinava a comunicação. Neste momento, o espectador pode perceber os movimentos em um invólucro imagético projetado no espelho. Ao vê-lo, tem-se a neutralidade da oscilação. O meio termo, o certo e o errado, a paz e a guerra, o desespero e o equilíbrio, entre o que se vê e o que se esconde no entrecruzar das imagens. As cenas do mundo submergem em suas mentes e, em um momento oportuno, emergem nos olhares. As marcas acham-se no imaginário e se tornarão visíveis, sem sombras e sem resistências.
Na era da cibercultura as representações invisíveis precisam ser representadas no mundo, ao dar nome, enfim, a suas identidades. Pressupõe-se que o sujeito seja integrado a uma nova forma de ver as cenas contemporâneas, de maneira a organizar novas combinações de tempo e espaço.


Antevê-se a invisibilidade na configuração do real, a qual é representada, imageticamente, sobre a forma de espetáculo digital. Alcança-se, à frente das imagens, a posição ideal e, deste modo, lê-se as mentes que o observam e reflete-se nas representações neuronais, as conexões invisíveis das tecnologias de informação e comunicação. Os olhares são compostos de reciprocidade entre os que se surpreendem ao verem cruzar suas ideias em uma teia complexa de incertezas e trocas e os que vivem a ficção/realidade.
 À medida que o olhar encontra receptividade, torna-se mais acentuada sua visão por aquele público, o qual só é escolhido diante do interesse. Caso contrário, seriam substituídos por outros olhares mais atentos à sua mensagem. Nesse pressuposto, capta-se o olhar do espectador, de forma a constrangê-lo e designar-lhe um lugar privilegiado e obrigatório, apropriando-se da sua identidade refletida no espelho.
O espectador vê-se visível ao olhar do outro, que transporta para si uma imagem invisível dele próprio. No discurso do mercado, da mídia e, consequentemente, das novas tecnologias, há as promessas de realização pessoal. Homens, mulheres e crianças caminham na estrada, ao som das pulsões cardíacas, a procura de um futuro de (não)verdades, porque não se têm certeza do que os espera. São retirantes de um passado. Não conseguem perceber o incerto, o globalizado, o comercializado. São robôs futuristas? Não, são pessoas simples em seu cotidiano. 

Segundo Stuart Hall (2006), a fragmentação acelerada, o imprevisto e a progressiva desintegração social levam a uma multiplicidade de confrontos numa proliferação de campos de batalhas. Portanto, não mais se procura identificar o sentido para depois resgatá-lo. A experiência determina a condição de verdade em que ocorre o conhecimento e a troca de informação. Para experimentar o mundo, torna-se necessário vivê-lo. Pensar soluções dentre as possibilidades contribui para favorecer uma educação de qualidade, a qual possa abrir espaços para fundamentar e dialogar sobre as diversidades culturais, étnicas e sociais presentes no contemporâneo. 

http://issuu.com/caluh/docs/caderno_de_resumos?e=3474244/3000829


Observção: As imagens vistas neste texto foram retiradas do google.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

Inúmeros alunos frequentam o nível regular de ensino e, dentro deste universo maravilhoso do desenvolvimento humano, percebemos que alguns possuem dificuldades para se relacionar  e responder de forma adequada às exigências do contemporâneo. Dentro deste universo de diversidades humanas, sentimo-nos, por vezes, despreparados diante dos problemas que são apresentados cotidianamente no espaço educacional, cujo atendimento aos educandos requer mais atenção. Surge o questionamento de como intervir de forma adequada para que os alunos com dificuldades da aprendizagem se apropriem  do conhecimento oferecido nas escolas.  
As dificuldades de aprendizagem, no âmbito escolar, são causadas por um conjunto de fatores.  As cobranças, a linguagem e o modo de explicar o conteúdo pode ser uma das causas responsáveis pelas dificuldades. A origem pode estar na má condução do processo de ensino aprendizagem.  WEISS (2004) considera que o fracasso escolar é uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Tal afirmativa pode ser analisada e estudada por diferentes perspectivas, ou seja, na visão da sociedade, da escola e do aluno.
O problema que o aluno encontra para aprender pode ter  como causas: a má condução do ensino, a dosagem da quantidade de informações transmitidas, a cobrança, por vezes, excessiva por parte dos pais e educadores, ou as avaliações da aprendizagem, que mal conduzidas são geradoras de ansiedade insuportável para o aprendiz, chegando à desorganização de sua conduta. O fator social, também, influi no desenvolvimento da aprendizagem, assim como: os aspectos culturais, econômicos, o histórico familiar e as condições internas do indivíduo que são significantes nos índices de fracasso escolar.
Quando detectado o problema, ao observar que o aluno não está respondendo de forma adequada à aprendizagem, a escola procura encaminhá-lo para uma avaliação psicopedagógica. O psicopedagogo, inicialmente, terá que entender o que o professor está ensinando para poder compreender o que está dificultando a aprendizagem. Verificar a estrutura social do indivíduo e o histórico familiar, pois,  são fatores que impedem o bom desempenho  e numa abordagem psicopedagógica os dados históricos do sujeito a ser trabalhado é de suma importância.  Interessante, abordar os aspectos orgânicos, cognitivos, emocionais, sociais e pedagógicos e junto com todo o material propor soluções, ou seja, diagnosticar e propor intervenções.
O psicopedagogo tem que saber ouvir, a escuta é um dos fatores mais relevantes, pois se trabalha com emoções. Ter em mente que a  função do psicopedagogo é trabalhar as dificuldades de aprendizagem. Portanto, ao diagnosticar e levantar hipóteses de todos os aspectos do sujeito, o terapeuta tem por finalidade  achar caminhos para que, o educando, tenha acesso ao conhecimento e adquira o gosto pela  aprendizagem.
Ensinar a leitura, a escrita e outros mecanismos de aprendizagem, é um complexo dinâmico de atividades integradas que exigem sistematização. Envolve uma discussão quantitativa e qualitativa de determinados desempenhos, que associados conduzem a uma conclusão. Geralmente, avalia-se o que está exteriorizado, isto é, o que se vê, porém, o terapeuta tem que olhar de forma ampla, sempre questionando os resultados das análises. Nesta perspectiva, o diagnóstico deve ser um processo aberto, disposto a mudanças. Não se pode vê-lo como um processo fechado, pois o objetivo básico é identificar os desvios e  os obstáculos no modelo de aprendizagem que impedem, o sujeito, de aprender.
O terapeuta terá que caracterizar desempenhos, centrar áreas de desenvolvimento, levantar hipóteses, observar evoluções, as áreas em que  possuem dificuldades e as áreas em que se destacam.  A avaliação psicoeducacional vê o sujeito como um todo, nas suas competências e dificuldades.
O diagnóstico psicopedagógico, dará um espelho de como o sujeito é e como aproveitar o seu potencial, indicando caminhos a seguir sempre com o objetivo de dar ao educando oportunidade de pleno desenvolvimento dentro do contexto educacional. Trata-se de um processo contínuo e sistemático que utiliza métodos e técnicas objetivando investigar, interpretar, orientar e prever situações, distúrbios e dificuldades, determinando suas causas para que possam ser devidamente corrigidas ou controladas suas dificuldades. 
A avaliação psicopedagógica, pode ser formal ou informal. A formal é quando se usa testes estandardizados, adequados a um padrão, ou seja, já produzidos. Indica-se, neste caso, que a instrumentação estandardizada (testes prontos) não tenha um caráter rígido. Deve-se, sempre, buscar um instrumental aplicável a todos, mais dinâmico e adaptável a pessoa e situações. 
Já a avaliação informal é feita através da observação com auxílio do lúdico. WEISS, no livro Psicopedagogia Clínica, coloca que no brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transposição entre o mundo interno e o externo. Percebe-se que o lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico.  
Portanto, conclui-se que o diagnóstico é um levantamento das observações que levam a uma hipótese científica. Na prática, une-se o teórico e a percepção holística, ao conhecimento técnico para saber sobre o desenvolvimento normal do sujeito. Para avaliar o terapeuta tem que ter um conhecimento teórico/científico e acima de tudo bom senso nas respostas e nas observações. 

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quinta-feira, 10 de março de 2011

O QUE É AUTISMO?


Autismo é um tema difícil de ser abordado devido à sua complexidade.  Segundo fontes da Associação de Amigos dos Autistas - AMA, as crianças com autismo possuem distúrbios de comunicação, interação social e comportamental. As causas ainda não foram detectadas. Há vários estudos a respeito, mas nenhum chegou a uma definição precisa e por este motivo o autismo é difícil de ser diagnosticado. O diagnóstico tem que ser feito por profissionais especializados que deverão acompanhar a criança durante todo o seu desenvolvimento
O autismo é uma incapacidade complexa de desenvolvimento mental que normalmente aparece durante os primeiros anos de vida. Trata-se de polarização privilegiada do mundo dos pensamentos, das representações e sentimentos pessoais, com perda, em maior ou menor grau, da relação com os dados e exigências do mundo circundante, ou seja, é uma deficiência nos sistemas que processam as informações sensoriais, fazendo com que o indivíduo reaja a alguns estímulos de forma agressiva. Muitas vezes, ausentam-se do ambiente que as cercam com o objetivo de bloquear os estímulos externos, isolando-se das relações interpessoais, permanecendo, assim, no seu mundo interior.
O autista não consegue interromper uma atividade depois de começá-la. Reage a mudança de rotinas, cheiros e certos sons.  Os bebês autistas não respondem a estímulos como outros bebês.
Segundo o GAUDERER (1993), autismo é uma doença, grave, crônica e incapacitante, que compromete o desenvolvimento normal de uma criança e se manifesta tipicamente antes do terceiro ano de vida. Caracteriza-se por lesar e diminuir o ritmo do desenvolvimento psiconeurológico, social e lingüístico.
As crianças autistas também apresentam reações anormais a sensações diversas como ouvir, ver, tocar, sentir, equilibrar e degustar. A linguagem é atrasada ou não se manifesta. Das onze crianças atendidas por Kanner (1938), oito adquiriram a habilidade de falar e três delas permaneceram mudas. (SCARIANO e GRANDIN, 2002, p. 191).
O autismo não é um problema atual, embora só tenha sido reconhecido recentemente.  KANNER (1943), em Baltimore, e ASPERGER (1944), em Viena, separadamente, publicaram os primeiros trabalhos sobre esse transtorno. As publicações de KANNER e de ASPERGER continham descrições detalhadas sobre o autismo. Ambos acreditavam que desde o nascimento havia um transtorno básico que originava problemas altamente característicos.  Na verdade, o primeiro a utilizar este termo foi o psiquiatra BLEULER (1911), o qual se referia a um tratamento de esquizofrenia.
O Autismo é descrito como um afastamento da estrutura da vida social para a individualidade, dificuldade para desenvolver a comunicação verbal, incapacidade de desenvolver um relacionamento afetivo normal e comportamentos ou interesses estereotipados e repetitivos.
Para GASPAR (1988), as causas podem ser múltiplas, não havendo informações conclusivas sobre o seu prognóstico ou tratamento. O autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de Down e epilepsia. 
Os sintomas mudam e alguns podem até desaparecer com a idade. Formas mais graves podem apresentar comportamento destrutivo, auto-agressão e podem ser muito resistentes às mudanças.
De acordo com o grau de comprometimento, o autista pode desenvolver comunicação verbal, integração social, alfabetização e outras habilidades. Poderá adquirir padrões “normais” de comportamento e condições de exercitar sua cidadania, dependendo da intensidade e da forma do tratamento. Suas características físicas não são marcantes, porém, podem ter a expressão vazia.
Uma das maiores dificuldades para a compreensão psicológica do autismo infantil é a incapacidade dos autistas narrarem ou descreverem suas experiências. Já as pessoas com síndrome de ASPERGER são altamente verbais e podem falar de seus sentimentos e estados interiores, enquanto que aquelas com Autismo Clássico (KANNER) não são capazes de verbalizar.
ASPERGER definiu o autismo de uma forma mais ampla, analisando danos orgânicos severos e aqueles que transitam para a normalidade. O termo Síndrome de ASPERGER refere-se às raras crianças autistas quase normais, inteligentes e altamente verbais. É a mais suave das síndromes de alta funcionalidade dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.
KREVELEN (citado em WING, 1991) notou que crianças com autismo de baixa funcionalidade vivem em seu próprio mundo, enquanto que crianças com autismo de alta funcionalidade vivem em nosso mundo, mas do seu próprio jeito. Cada criança tem sua própria personalidade. Os sintomas se manifestam de formas específicas em cada pessoa, não existindo uma receita para lidar com as crianças autistas.
A Síndrome de ASPERGER apresenta desvios e anormalidades em três áreas do desenvolvimento: relacionamento social, uso da linguagem para a comunicação e certas características de comportamento.
Segundo ASPERGER, citado por BAUER: No curso do desenvolvimento, certas características predominam ou recuam, de modo que os problemas apresentados mudam consideravelmente. Todavia, os aspectos essenciais permanecem inalterados. Na primeira infância existe dificuldade em aprender habilidades e adaptação social. Estas dificuldades surgem do mesmo distúrbio que causa problemas de conduta e aprendizado na idade escolar, problemas de desempenho no trabalho na fase da adolescência e conflitos sociais e conjugais na fase adulta.
KANNER (1938) descreveu em onze casos levantados, dos quais oito meninos e três meninas, alguns sintomas básicos: isolamento, insistência obsessiva em manter rotinas e tendência a ter centros de interesses limitados. A síndrome de KANNER indica a criança com aspectos clássicos. As crianças apresentavam diferenças individuais segundo o grau de seu distúrbio. A desordem verifica-se na incapacidade dessas crianças de se relacionarem com outras pessoas desde o começo de suas vidas, vivem absortas de tudo que lhes diz respeito.
Pesquisadores do assunto não assumem uma definição para o termo autismo, que corresponde a um conjunto de critérios de diagnósticos diferentes e, conseqüentemente, com uma determinada abrangência. Porém, independentemente de critérios de diagnóstico, é certo que a síndrome atinge principalmente pessoas do sexo masculino, numa proporção de quatro homens autistas para uma mulher com o mesmo diagnóstico (BATISTA, 2002).
As pesquisas indicam que certas partes do sistema nervoso central podem  não se desenvolver de forma adequada. Os milhões de neurônios em nosso cérebro, quando em desenvolvimento, por algum motivo, estabelecem algumas ligações erradas. Sofisticados aparelhos de tomografia computadorizada indicam que alguns apresentam defeitos no desenvolvimento neuronal e que certas partes do cérebro podem apresentar uma atividade acima do normal.
As causas podem ser múltiplas: fenilcetonuria não tratada, viroses durante a gestação, principalmente durante os três primeiros meses, toxoplasmose, rubéola, anoxia e traumatismo no parto, patrimônio genético entre outros. Os sintomas podem surgir nos primeiros meses. Embora as primeiras manifestações do autismo comecem sempre antes dos três anos, as mesmas costumam não serem identificadas com precisão no primeiro ano. São muito raros os diagnósticos de autismo em bebês menores de doze meses. Os pais começam a perceber que seus filhos são diferentes a partir do momento em que começam a falar; no entanto os sintomas são diagnosticados mesmo antes da aquisição da linguagem.

INTERAÇÃO SOCIAL

Na interação social, observamos os sintomas da destacada diminuição no uso de comportamentos não-verbais múltiplos, tais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para lidar com a interação social.  Apresentam dificuldade em desenvolver relações de companheirismo apropriadas para o nível de comportamento.  Notamos falta de procura espontânea em dividir satisfações, interesses ou realizações com outras pessoas, por exemplo: dificuldades em mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse.  Demonstram ausência de reciprocidade social ou emocional. (Os Segredos do Autismo, 2003).
Na comunicação, observamos atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, sem ocorrência de tentativas de compensação, através de modos alternativos, tais como gestos ou mímicas.  
Em indivíduos autistas com fala normal, destaca-se diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma conversa com outras pessoas. Verificamos ausência de ações variadas, espontâneas e imaginárias ou ações de imitação social apropriadas para o nível de desenvolvimento. Fidelidade aparentemente inflexível às rotinas ou aos rituais não funcionais específicos.  Possuem hábitos motores estereotipados e repetitivos, por exemplo: agitação ou torção das mãos ou dedos, ou movimentos corporais complexos.  Observa-se, também, obsessão por partes de objetos. (BAUER, 2003)
É interessante que as crianças sejam tratadas desde cedo de forma adequada. Para a família e a equipe terapêutica, os sintomas não específicos são os que mais trazem preocupações, tendo que serem medicados para  controlar o comportamento. As crianças autistas serão afastadas de suas famílias apenas em casos raros e em circunstâncias extremas, quando não responderem a tratamentos psicoterápicos de forma satisfatória e em casos em que as crianças necessitem de escolas especializadas. Existem métodos de tratamento envolvendo educação física, musicoterapia, exercícios aquáticos de coordenação motora que auxiliam no tratamento de integração social, estimulação auditiva, estimulação visual e sensorial. É necessário que haja tratamento psicodinâmico (terapia dos abraços e psicoterapia). Certos autistas respondem bem a um determinado tratamento, outros não. Alguns requerem a internação por toda a vida, devido à falta de percepção do mundo exterior ou a violência do comportamento. Recomenda-se que as crianças autistas sejam atendidas por especialistas da área como: fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, médicos neuropediatras, professores etc. Os autistas têm respostas extremas aos estímulos sensoriais, como: hipersensibilidade à luz, som, toque e fascinação por certos estímulos auditivos ou visuais. Possuem distúrbios de sono e alimentação, além de medo excessivo em situações corriqueiras ou perda do medo em situações de risco. (SCARIANO e GRANDIN, 2002, p.40).                    

Imprescindível olhar as crianças autistas em seu processo de integração e organização simbólica/conceitual (atenção, discriminação, identificação, retenção, compreensão, planificação e controle). Necessário, ainda, avaliar os processos expressivos na linguagem (comunicação verbal e vocalização) e nos movimentos (controle tônico, postura, lateralidade, imagem do corpo, estruturação, espaço temporal, praxes e linguagem gestual) e processos de ajustamentos sócio-emocionais (AMA).


Joana Montes

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quinta-feira, 3 de março de 2011

FRAGMENTOS - BIENAL DO LIVRO SJC





O lançamento do livro Fragmentos foi no dia 14 de abril de 2011, na Bienal do Livro de São José dos Campos. Agradecimentos à Fundação Cultural Cassiano Ricardo e à Secretaria de Educação.

FRAGMENTOS
O livro "Fragmentos" promove um campo reflexivo de redes discursivas geradas pelas comunicações efetuadas no videoclipe e no espectador. Este, mesmo que fora da ação, participa do movimento e interfere ao posicionar-se. As imagens do videoclipe A minha alma, do grupo O Rappa, liberam uma estratégia de comoção do espectador, o qual absorve um sentimento de empatia com os participantes do espetáculo. A tela televisiva torna-se enigmática ao liberar a representação do conteúdo. Uma janela está aberta, instaurada no espaço manifesto e oculto comum aos coadjuvantes, aos atores, aos espectadores e ao olhar solitário que se esconde atrás das imagens, invisível. O videoclipe possui um encantamento quando sua luz, no primeiro plano, reflete, na tela, a ironia do contemporâneo. Tal ironia está refletida no entrelaçar das culturas, ou seja, na diversidade cultural, ao estabelecer vínculos de convivência humana.  As representações invisíveis da exclusão social devem ser representadas no mundo ao dar nome às suas identidades. Pressupõe-se que o sujeito seja integrado a uma nova forma de ver o contemporâneo, de maneira a organizar novas combinações de tempo e espaço. Ao desconstruir o discurso do videoclipe, reconstrói-se um pensar novo e reflexivo. Repensa-se a prática educacional para que as crianças, metaforicamente representadas pelo menino Gigante, tenham na escola e na sociedade um espaço de socialização e cultura para exercer sua cidadania. Assume-se, portanto, o compromisso de formar sujeitos que visualizam criticamente as informações. A educomunicação vem a ser uma área que intervém em ambientes educativos e de comunicação tecnológica. Nesse contexto, ela possibilita o transporte de vivências de outras áreas do conhecimento e dialoga com aspectos educacionais, políticos, antropológicos, sociológicos, discursivos, além dos artísticos e estéticos. Nessa perspectiva, abordam-se estudos de Néstor García Canclini (2008); Márcia Perencin Tondato (2009); Ismar de Oliveira Soares (2002).

Palavras-chave: Espectador, videoclipe, inclusão social, educomunicação.

Autora: Maria Joana Brito da Silva Montes

Consultora Gráfica: Suzi Helena
Valor: R$ 59,00 

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